Milhares de passaportes feitos pela Casa da Moeda devem ser trocados
Quem comprou secador de viagem da Phillips também precisa trocar o aparelho por conta de um defeito que provoca faíscas e até fogo.
Recall de carro e recall de eletrônicos já foram vistos, mas recall de passaporte é novidade. O passaporte que não funciona e bem quando você está em outro país pode significar dor de cabeça. A dor de cabeça também existe para quem comprou alguns modelos de secador de cabelos da Phillips. Mesmo desligados, eles podem apresentar faíscas e até pegar fogo.
Se tem recall, o fabricante reconhece que o produto precisa ser consertado ou substituído. “Em primeiro lugar eles erraram. Geralmente, para fazer um recall, o erro foi grave”, diz a organizadora de eventos Helen de Oliveira.
“Eu acho bastante corajoso da empresa que faz isso, eu acho que é uma atitude. Quanto mais transparente, melhor”, opina a economista Sílvia Pinheiro.
Mas há produtos bem mais em conta. A fabricante Philips está trocando cinco modelos de secadores de viagem que vinham sendo produzidos desde 2006. A falha está no interruptor do secador. Se o aparelho estiver conectado à rede elétrica, mesmo na posição desligado, pode apresentar faíscas e até fogo. O advogado especializado em direito do consumidor, Danilo Vicari, lembra que recall não tem prazo de validade.
“O produto pode ser consertado a qualquer dia, a qualquer hora, em determinado ano, a partir do momento que foi declarado publicamente no jornal, rede de televisões e revistas o recall daquele determinado produto. A partir daquela data da declaração pública, o consumidor não tem prazo para fazer a troca do produto”, explica o advogado.
Agora documentos também estão sendo substituídos. Passaportes feitos pela Casa da Moeda entre 2 de março e 6 de abril de 2011 apresentaram problemas em caracteres de acentuação gravados nos chips do documento. Assim, na hora de fazer a leitura do chip em aeroportos e fronteiras, o nome do portador, por exemplo, pode não bater com o que está escrito no passaporte. Quem foi retirar o documento nesta quarta-feira (15) na Polícia Federal em São Paulo estava apreensivo.
“A gente está aqui na expectativa para ver se vai dar certo ou não vamos ver”, comentou uma passageira.
“Recebi por e-mail e no celular: olha, cuidado que o seu pode estar no meio. Falei: só falta isso. Mas aí não teve problema nenhum”, lembrou a advogada Renata Camargo.
Dos 11.601 documentos produzidos com erro, cinco mil já foram trocados. A Polícia Federal diz que vai avisar por e-mail ou por telefone os donos dos passaportes que apresentaram falha para fazerem a substituição dos documentos nos locais onde foram emitidos. A Casa da Moeda informou que não haverá custo para quem tiver que trocar o passaporte.
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